Hoje é Terça, 19 de Março de 2024

História da Capoeira

A capoeira é originária das danças guerreiras (N'GOLO e BASULA), cultuada por tribos da Africa. Utilizavam as danças com o ideal de pedir ao Deus, vitórias nas batalhas. A partir do desenvolvimento destes rituais, em terras brasileiras, teria surgido a capoeira.
Chegando aqui no Brasil nos meados do século XVI, e diante da sua condição social (escravo), os negros notaram que muitos movimentos das danças guerreiras poderiam servir de base (ginga) para os movimentos de ataque e defesa. Além da sua parte criativa os negros aprenderam muitas coisas com os índios e observando os animais.

No período da colonização inicia-se o tráfico de escravos para a América, os negros eram aprisionados na Africa, trazidos e vendidos para o trabalho forçado em regime de completa escravidão. Para tornar o negro escravo, os escravistas suprimiam a sua cultura, sua alma e os torturavam.

Interessavam apenas pelo corpo, sua força de trabalho. Esta situação desumana a que foi submetido o negro, não foi suficiente para suprimir sua condição de ser inteiro, de corpo e alma.

A Capoeira nasce neste período, os negros a criaram para utilizá-la como luta no momento preciso para sua defesa e para os instantes de folga para se divertirem, para relaxar do trabalho forçado, as torturas e a condição de escravo. As perseguições iniciam se, os senhores proibiam sua prática por vários motivos, nem sempre conscientes em suas  mentes. Dava ao capoeirista um sentido de nacionalidade; Individualidade, autoconíiança; Formava grupos coesos; Formava jogadores ágeis e perigosos; E, as vezes, no jogo, os escravos se machucavam, o que era economicamente indesejável. Desde o seu início a Capoeira foi perseguida, o capoeirista era considerado um marginal, um delinqüente, em que a sociedade deveria vigiá-lo e as leis penais enquadrá-lo e puni-lo.

Foram séculos de perseguição até quase os dias de hoje.

Na década de 1930, se inicia um novo cicio na história da Capoeira, nesta época a situação do país não era nada boa, estávamos em pleno regime de forças, e dentre as leis penais, existia uma que considerava os capoeiristas como delinquentes perigosos, a situação andava preta para os capoeiristas. Manuel dos Reis Machado, Mestre Bimba, nesta época foi convidado pelo interventor federal na Bahia, Juracy Montenegro Magalhães, a ir ao Palácio do Governo. Mestre Bimba ficou assustado, achou que seria preso. Para sua surpresa, o governador queria que se apresentasse com seus alunos para mostrar “a nossa herança cultural” para amigos e autoridades no Palácio do Governo.

Em 09 de julho de 1937, Mestre Bimba consegue o registro de sua Academia, reconhecida pela Secretaria de Educação, Saúde e Assistência Pública, primeira academia reconhecida no país. Inicia-se a ascensão sócio-cultural, a Capoeira volta ao cenário cultural, está presente na música, nas artes plásticas, na Literatura, nos palcos. Termina a fase negra em sua história, onde a Capoeira e todas as formas de manifestações culturais ficaram totalmente marginalizadas pela sociedade, a Capoeira sobrevive, o negro preservou sua luta, e ao transformá-la fizeram-na brasileira. De nada adiantaram as perseguições, devemos aos negros essa capacidade de resistência e luta de sobreviver em condições as mais duras e dificeis. A Capoeira nos dias de hoje, vem adquirindo maior número de adeptos de todas as raças e camadas sociais do Brasil e até de outros países. E é desses outros países que a Capoeira, devidarnente ganha projeção mundial por ser uma arte em ritmos e movimentos que exprimem toda a criatividade de um povo que foi oprimido. Com todo esse desenvolvimento, a sociedade ainda desconhece os verdadeiros valores e as contribuições que podem advir do conhecimento e prática da Capoeira.